O frio ainda me surpreende. "É necessário adequar o biorritmo" (sem hífen, agora?), me dizem.
Bio-ritmo. Biorritmo. Não sei. Agora mesmo, não sei nada de gramáticas. As gramáticas, quando servem para algo, na verdade, não servem para muito.
Agora mesmo, então, sei de totens. Sei do profano e do sagrado, de símbolos criados no calor, antes do frio e da saudade, desde o frio.
'As maçãs exigem temperaturas baixas durante o período que antecede o florescimento', dizem os que entendem de maçãs.
E eu não entendo de maçãs. Eu como-as (devoro-as, para ser exata). Semente e talo.
Talo. Totem.
Maçã. O clichê do fruto proibido. Éden. O jardim das delícias. E eu, quase-pomar, totemizando-me (nos) aí.
Desde o frio distante, a maçã dos meus pensamentos concentra-se, multiplica-se e floresce.
Cria ramas, ainda sem poda (nunca sei a época certa de podar os pomares. Disseram-me certa vez que era no inverno. Qual inverno? Inverno meu ou das maçãs? E nas minhas macieiras, servirão de algo as podas?)
(Gosto de ramas compridas que alcançam telhados e recebem orquídeas...)
Pensamento-semente. Pensamento-saudade. Pensamento. Pensamento. Pensamento...
[e eu ainda nem tenho certeza se as maçãs pensam ou apenas se mordem...]
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